Depois de muito debate, discussões e indefinições, que se arrastaram pelos últimos cinco meses, parecia que finalmente o Hospital de Pinheiro Machado teria como seu destino a administração por parte do município. Parecia.
Segundo a edição desta quinta do jornal A 1ª Folha, a situação pode sofrer uma reviravolta. O assunto veio novamente à tona na última sessão do legislativo. Conforme o vereador Jackson Cabral (PSDB), prefeitura e o conselho deliberativo da instituição, responsável pela administração da entidade nos últimos tempos, teriam se reunido e a prefeitura teria acenado pela desistência do comodato.
"Foi uma perda de tempo. Realizamos análises, audiências públicas, fizemos tudo o que o executivo pediu e tivemos um desgaste desnecessário", lamentou Cabral. Já o vereador Édison Molina (PSDB) reagiu de outra forma. "Se assim for, fico até muito feliz, porque desde o começo disse que esta não era a melhor opção."
O que diz o Conselho Deliberativo
O jornal consultou o advogado Anibal Gomes Filho, que também é membro do conselho que administra atualmente a instituição. Segundo ele, após uma consulta da prefeitura junto ao Tribunal de Contas do Estado, este teria recomendando pela não realização do comodato, tendo em vista pendências fiscais, tributárias e previdenciárias. A questão da garantia do emprego dos atuais funcionários também seria um problema.
Mesmo assim, o advogado disse que uma outra forma de gestão e convênio estaria sendo estudada pelas partes envolvidas. Ainda segundo ele, a prefeitura continuará auxiliando em forma de subvenções ou repasses que garantam o funcionamento da instituição.
O que diz o prefeito
O prefeito Luiz Fernando Leivas garantiu que não há movimento algum da prefeitura em relação a desistir do comodato. Também não haveria recomendações do TCE neste sentido, e sim, de que o município não poderia se comprometer com a contratação de pessoal.
Segundo ele, realmente existiu uma reunião, solicitada pela associação, que acenou com com a composição de uma nova diretoria para a entidade. "Nós respeitamos e apoiamos essa posição, até porque o hospital pertence a associação, assim como agimos quando o conselho nos pediu para assumir a instituição e então enviamos o projeto ao legislativo. A Câmara de Vereadores fez o seu papel e aprovou o projeto. A demora ocorreu pelo debate que se estendeu e pela emenda dos vereadores", disse.
Para finalizar, Leivas disse que a questão do hospital é antiga e de difícil solução, mas que o governo tem se esforçado, assim como a comunidade, legislativo e conselho deliberativo, em encontrar uma solução.
Para ele, é uma situação delicada em que não cabe o jogo político. "É preciso ficar claro que não estamos desistindo de nada, muito pelo contrário, cada vez nos compremetemos mais com o futuro do hospital, seja com o comodato ou com outra solução que a associação encontrar", finalizou.